Terça, 27 Março 2018

Rua não é lugar para criança andar sozinha

Uma criança caminhando sozinha na rua é exatamente o que um potencial abusador procura. Quando escolhe a vítima, ele tenta chamar atenção e ganhar a confiança com algo que a atraia. A partir daí, não precisa de muito esforço para raptá-la e atingir seu objetivo.

Imaginar uma cena triste como essa ficou mais fácil para os gaúchos desde a última semana, quando o assunto veio à tona. Foi por tudo isso que a pequena Naiara Soares Gomes, de apenas 7 anos, passou antes de ser morta, em Caxias do Sul. O tema ganha ainda mais força nesta que é a Semana da Mobilização Nacional para Busca e Defesa da Criança Desaparecida.

Para não passar pela angústia que viveram os familiares da menina estuprada e morta na cidade da Serra – sem falar nos tantos outros pais que enfrentam o drama de não saber o paradeiro de seus filhos –, é importante tomar cuidados. O principal deles é simples: orientar as crianças. “O meu principal conselho aos pais é que eles aconselhem seus filhos e formem uma rede de apoio e informações com outros pais”, explica a promotora da Infância e Juventude de Santa Cruz, Danieli de Cássia Coelho. Segundo ela, estar sempre em contato com a escola para manter-se informado sobre a frequência dos filhos também é essencial.

Naiara foi raptada por um homem de 31 anos enquanto caminhava para a escola. Um primo que costumava acompanhar a vítima parou para esperar pela namorada em um ponto do trecho e a criança seguiu. O ideal, segundo a promotora Danieli, é que uma criança com essa idade não fique sozinha. “Elas não têm maturidade para discernir eventuais propostas que recebam de estranhos. O que os pais devem fazer é tomar essa obrigação para si (levar as crianças à escola) ou para pessoas de sua inteira confiança.”

As meninas são mais vulneráveis a raptos. O sequestrador de Naiara, por exemplo, já tinha feito uma outra vítima em outubro do ano passado com o mesmo perfil: a criança também tinha menos de 10 anos e caminhava em direção à escola. Conforme a promotora, estatisticamente, elas são a maioria, mas casos envolvendo garotos também acontecem.
É preciso estar atento também à internet. Em algumas situações, as vítimas são enganadas e vão ao encontro do criminoso por vontade própria. Por isso, os pais devem saber como e com quem os filhos se comunicam no ambiente digital. “É uma terra de ninguém. É preciso cuidar com jogos, saber o que os filhos acessam. Ter cautela”, afirmou.

O CASO NAIARA
A Polícia Civil aguarda o resultado de exames periciais para concluir o inquérito sobre a morte da menina Naiara Soares Gomes, de 7 anos. A causa será determinada pelo laudo oficial de necropsia. O acusado, que está preso temporariamente desde quinta-feira, relatou à polícia que deu bebida alcoólica a Naiara e a levou embriagada para a casa dele onde a estuprou. A menina foi morta logo após o abuso sexual.

Cuidados
Não há orientações sobre qual a idade mínima aconselhável para que uma criança caminhe sozinha na rua. Se for necessário que isso aconteça, converse com seu filho e o oriente. Explique que ele não deve falar com estranhos.

Converse com outros pais para trocar informações. Mantenha contato com a escola para garantir que seu filho esteja frequentando as aulas.

Acompanhe a criança até a escola ou peça que alguém de sua confiança o faça.

Fique atento ao que a criança ou o adolescente faz na internet. Sequestradores usam as redes sociais para atrair vítimas.

Pais podem ser responsabilizados
Segundo a promotora, os pais podem ser responsabilizados quando o MP entende que há negligência. Em medidas extremas, quando os familiares não mudam a conduta e expõem a criança a situações de perigo, podem inclusive perder a guarda. “Essa é a última medida”, explica.

Diferente do que muitas pessoas pensam, não é necessário esperar 24 horas para registrar o desaparecimento de uma criança na Polícia. A delegada Lisandra de Castro de Carvalho, titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), orienta que essas situações sejam comunicadas imediatamente. “Toda ocorrência de desaparecimento é de alerta máximo. Para nós é uma grande preocupação.” Segundo ela, não há crianças desaparecidas em Santa Cruz.

AÇÕES ESPECIAIS
A Polícia Civil deflagrou nessa segunda-feira a Operação Regresso para localizar o maior número possível de desaparecidos no Rio Grande do Sul, incluindo adultos. O trabalho faz parte da Semana de Mobilização Nacional para Busca e Defesa da Criança Desaparecida e ações semelhantes, previstas na Lei 12.393/2011, acontecem em todo o País.

Em Santa Cruz, policiais da DPCA atuaram neste sentido no último sábado. Eles procuravam por uma adolescente de 14 anos que saiu de casa na quarta-feira e não retornou mais. Os familiares registraram boletim de ocorrência e divulgaram imagens da menina nas redes sociais.

Os agentes receberam informações de que estava na casa de uma pessoa conhecida, mas não foi encontrada. No sábado, a adolescente foi vista caminhando na área central da cidade e, através de alguns telefonemas, os policiais conseguiram localizá-la. Ela concordou em retornar e agora seguirá em acompanhamento.

Fonte: Gazeta Online (Gaz)

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