Sexta, 26 Maio 2017

Em Cuiabá, um menor desaparece a cada 2 dias

A cada 2 dias uma criança ou adolescente, de zero a 17 anos, é dada como desaparecida pelos pais ou responsáveis na região metropolitana de Cuiabá.


Este ano, de 1 de janeiro a 24 de maio, já foram registrados 121 ocorrências na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que acompanha histórias deste tipo.


A maioria dos registros envolvem meninas (85). A maioria também reaparece (90). Ainda assim restam, no momento, 31 casos ainda sem solução. Os dados são do Núcleo de Pessoas Desaparecidas da DHPP.


Coordenador do plantão do Conselho Tutelar na capital, Marcivon Nunes afirma que motivo do sumiço quase sempre é fuga de casa, motivada por paixão ou por medo de métodos corretivos muito duros.


Paixão


A estudante Thalia Santos Silva, 15, que está desaparecida desde a última segunda-feira (22), estaria com o ex-namorado. Foi vista pela última vez na segunda-feira (22), quando saiu para buscar uma calça na costureira, perto da casa dela, no Loteamento Boa Vista, em Várzea Grande. Saiu por volta das 14 horas e até então não voltou.


"Estamos muito preocupados mas é bem provável de que ela esteja com o ex, porque já fez isso outra vez. Minha filha é muito nova e ele tem 29 anos e além disso nos preocupamos por causa de certas coisas da conduta dele", comenta o pai da moça, Marcio Roberto, sem qualquer notícias ainda sobre o paradeiro dela. "Estamos aguardando".


Apanha em casa


Quanto as famílias "que batem muito", o conselheiro Marcivon explica que a tendência é ocorrer a fuga para casa de um amigo e em seguida para o Conselho Tutelar.


"Hoje mesmo tem um guri sob nossos cuidados, a mãe castiga ele demais, está com marcas no corpo", cita Marcivon.


Drogas


Há casos também ligados ao uso de drogas (65%).


Sumiço relâmpago


Há os casos de sumiço rápido, como o do menino de 2 anos e 8 meses, o Daniel. Ele que ficou perdido, vagando a noite toda em um milharal em Matupá (695 Km ao Norte), mas acabou sendo encontrado vivo e muito traumatizado na manhã do dia 19 deste mês.


Óbitos


Alguns caos de desaparecimento terminam em óbito, como o da adolescente de 14 anos que estava desaparecida há 3 dias e foi encontrada morta, dia 9 de março deste ano, em São José do Rio Claro (315 Km a Médio-Norte de Cuiabá).


O corpo de Vitória Gabrielli Vidal estava em um matagal às margens de uma estrada.


Dados nacionais desatualizados


No Cadastro Nacional de Crianças e Adolescentes Desaparecidos, constam apenas 4 casos em Mato Grosso.


Nesta quinta-feira (25), Dia Internacional das Crianças Desaparecidas, o Conselho Federal de Medicina (CFM) abraça esta causa, justamente por entender que este cadastro é desatualizado e sem resultados efetivos no enfrentamento do problema.


O CFM lançou um abaixo-assinado cobrando a efetivação do cadastro. Quem quiser assinar pode acessá-lo aqui.


De acordo com o CFM, no Brasil, cerca de 50 mil menores de 18 anos desaparecem todos os anos. Número bem acima dos 369 casos remanescentes em 20 estados que aparecem no cadastro.


“Há um percentual expressivo de desaparecidos que não é encontrado. Indícios sugerem que esses meninos e essas meninas se tornam vítimas do trabalho escravo, submetidos à exploração sexual, adoções ilegais, entre outras formas de violação de direitos e de degradação do respeito à dignidade humana. Precisamos de ferramentas para localizá-los”, afirma o presidente do CFM, Carlos Vital.


A médica Maria de Fátima, presidente do Conselho Regional de Medicina (CRM), ressalta que o médico é um possível identificador de violação de direitos de crianças e adolescentes em geral, porque os atende em consultórios, seja na saúde privada ou pública. "Por isso abraçamos essa causa", explica a presidente.


A presidente e fundadora da Associação Brasileira de Busca e Defesa à Criança Desaparecida, mais conhecida como Mães da Sé, Ivanise Esperidião, considera “uma vergonha” o país contar com um cadastro nacional de veículos roubados ativo e não ter atualizado o de pessoas: “O problema do desaparecimento é tratado com abandono”.

Fonte: Folha MAX

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