Terça, 05 Abril 2016

Quase metade dos casos de desaparecidos em SC são de crianças e adolescentes

Santa Catarina tem uma média de 3 mil casos de desaparecimentos relatados por ano, segundo a Polícia Militar. Isso dá oito por dia. E o mais preocupante é que 42,7% são crianças e adolescentes que fogem de casa. Os casos não se resumem a pessoas em situação vulnerável: a maior parte estava na escola e tem pais com casa própria. Ou seja, pode acontecer em qualquer lar.

 — A família é a maior vítima, mas também a maior causadora das fugas de casas. Cerca de 80% dos casos são por conflito familiar — explica o major Marcus Claudino, coordenador do Programa SOS Desaparecidos da Polícia Militar. A boa notícia é que a maioria retorna pra casa. Apenas 5% dos desaparecidos nunca mais são vistos. Mas para a Delegacia de Pessoas Desaparecidas (DPPD), os números não são realistas, porque muitas famílias não informam a polícia depois que o parente retorna.

— São 5.450 desaparecidos em Santa Catarina (sendo 118 crianças e 1.672 adolescentes), segundo os dados da delegacia. Mas no máximo mil estão de fato desaparecidos, o restante já voltou e não comunicou a polícia — explica o delegado Wanderley Redondo, titular da DPPD.

Internet é algoz e aliada

As redes sociais têm sido ferramenta fundamental para a polícia localizar familiares e pessoas desaparecidas. No entanto, elas também podem ser fonte de pessoas com más intenções.

— Temos registros praticamente todos os dias de adolescentes em aventuras com namorados que conhecem na internet — conta o delegado Wanderley.Em março, o caso da adolescente de 14 anos Tábata Fernandes, que desapareceu no Rio Tavares, em Florianópolis, onde mora com a família, e foi encontrada na casa do namorado, em Biguaçu, após uma semana, causou bastante repercussão. Mas é exemplo de situações que são resolvidas mais rapidamente.

Existem também casos em que adolescentes fogem de casa e só são localizados quando maior de 18 anos, e aí não querem voltar a morar com os pais. Na semana passada, após três anos desaparecida em Biguaçu, Paloma Ribeiro Souza foi encontrada pela Polícia Civil em Laguna. Agora com 20 anos, a menina mora com o tio e não quis voltar. — Ela passou esse tempo todo fugindo da família e da polícia. Eu disse pra ela que agora ela já era adulta e não precisava mais fugir — explica o delegado.

A maior preocupação é quando há crimes envolvidos. Apenas 15% dos desaparecidos são mulheres. No entanto, elas estão muito mais vulneráveis que os homens. Com elas, há risco eminente de se tornarem vítimas da exploração sexual. Já os garotos têm mais chances de cair nas drogas ou na criminalidade.

Em setembro do ano passado, quatro meninas mantidas em cárcere privado foram resgatadas em Biguaçu. Uma delas conseguiu fugir e chamou a polícia. Elas estavam amarradas, tiveram os cabelos cortados com facas, foram drogadas e estupradas. As vítimas eram aliciadas por jovens na saída do colégio e acabaram vítimas da exploração sexual.

Prevenção

A Polícia Militar explica que a prevenção é fundamental. Os pais devem monitorar as redes sociais dos filhos, cuidar se não estão sendo abusados por vizinhos e até mesmo parentes. Jamais deixar as crianças sozinhas e sempre ter alguém acompanhando no trajeto entre casa e escola.

Conforme o major Marcus Claudino, existe muito preconceito por parte da própria PM que reluta em iniciar as buscas. Ele lembra que está na lei (11.259 de 2005) a previsão de busca imediata a criança e adolescentes.

— Não se deve esperar 24h para procurar. Isso porque os casos de morte acontecem nas primeiras quatro horas _ alerta.Tanto para a Polícia Civil quanto a Militar, o problema é a falta de um sistema informatizado.

— Deveriam bloquear os documentos da pessoa desaparecida. Forçar ela a procurar as autoridades. Existe uma lei estadual que prevê isso, no entanto, ela não está funcionando — reivindica o delegado Wanderley.

 

Fonte: Diário Catarinense

 

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